domingo, 22 de junho de 2008

Desliga isso

Domingo, dia de descansar, se divertir e passar com a família, porém não é o que geralmente acontece, a grande parte da população passa esse dia vendo programas de baixo nível na televisão. Pois esse é o dia da pior programação da semana.

Gugu ou Faustão? Eis a indagação permanente das tarde dominicais, mas deveríamos dizer não a ambos. Gugu tenta chamar atenção com seu sentimentalismo exacerbado e Faustão que não precisaria nem de entrevistados ao palco, pois quase nunca os deixa falar, com suas “piadinhas do tempo da carochinha”. A apelação maior fica por conta dos programas noturnos, como o pânico na Tv e Zorra Total.

Infelizmente são poucos os que podem obter canais a cabo, e nossas crianças continuarão crescendo acostumados com a decadência televisiva e nada farão, pois a massa parece ter se habituado com o declínio televisivo, de braços cruzados e sentados em suas poltronas.

Como já dizia Groucho Marx: “Acho a televisão muito educativa. Toda vez que alguém liga o aparelho, vou para outro canto e leio um livro.” A televisão está cada vez mais apelativa, principalmente aos domingos, seria bom se todos nós a desligássemos e pegássemos nossos livros.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Ecletismo de Moby.


Li em diversos meios, duras críticas sobre os últimos trabalhos do DJ Moby. Como por exemplo, a de Thiago Ney para a Folha de S.Paulo, na qual chegou a escrever que Moby era um dos principais nomes da desgraça definida por ele como “música de cafeteria”, ou seja, um som que não chama atenção.

Já a respeito de seu último álbum “Last Night”, só foram boas críticas. Este marca a volta do DJ à Dance Music, e em entrevista à Folha, Moby declarou que “é uma carta de amor à Dance Music de Nova York”.

Este novo CD é bem mais dançante que os demais, eu gostei muito das músicas “The Stars” e “Disco Lies”. Porém não concordo com críticas aos álbuns anteriores, pois são eles que demonstram o ecletismo de Moby.

Eu aplaudo então outros trabalhos do DJ Moby, como “Raining Again” e “Lift Me Up”, ambas do álbum Hotel.

Assim como todos nós temos fases distintas na vida, Moby também diversificou bem seu estilo, entre seus trabalhos, podemos ouvir Flower (Play), Temptation (Hotel) e Alice (Last Night) e saber que apesar de não parecerem todas de um mesmo DJ, são todas boas.

Nota: O verdadeiro nome de Moby é Richard Melville Hall, Moby, pois é parente de Herman Melville, autor de “Moby Dick”

terça-feira, 6 de maio de 2008

Faltava o Lula!!


Como alguém disse na postagem do dia primeiro de abril, faltava o Lula, eis aqui então, nosso presidente.
Eu tinha perdido esse arquivo, achei hoje em um de meus cds.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Muito pouco, pouco muito

Muitas escolhas,
poucas são boas.
Muitos medos,
poucos apegos.
Muitas opções,
poucas decisões.
Muito vazio,
pouco sadio.
Muitos corações,
poucas orações.
Muitos conceitos,
poucos aceitos.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A vez da Dança Flamenca

Me lembro até hoje a primeira vez que entrei no Teatro Municipal; era para assistir a um espetáculo de dança flamenca, e que espetáculo! Fiquei encantada com a precisão da coreografia. Isso já faz uns bons anos, e até hoje me recordo das cenas.

A música flamenca é muito envolvente, e este é o mês dela em São Paulo. Dias 12 e 13 de abril, Yerbabuena (companhia que leva o nome da bailarina e coreógrafa Eva Yerbabuena) iniciará sua turnê aqui, e hoje dará aulas no Pulsarte (17h às 19h), Alto de Pinheiros.

Nos dias 28 e 29 teremos em Sampa também o Ballet Nacional da Espanha, com as coreografias “Aires de Villa y Corte” e “La Leyenda” no Teatro Alfa, os preços variam de R$ 50 a R$150.

“La Leyenda” é uma homenagem do diretor e coreógrafo José Antonio para Carmen Amaya, uma das melhores bailarinas que já existiu, nasceu em Barcelona e percorreu o mundo com sua dança, e o que se diz, é que ela foi a primeira bailarina a apresentar um espetáculo de Flamenco inteiro.
-----------------------------------
Sobre o Flamenco
“O Flamenco, é o espelho da Andaluzia que sofre paixões gigantes e cala paixões, embaladas pelos leques e pelas mantilhas sobre as gargantas que têm. Tremores de sangue, de neve, e arranhões vermelhos feitos por olhares.” (Garcia Lorca)

O Flamenco é uma mistura de raças e culturas, surgiu em Andaluzia, Sul da Espanha, tem influências de El Pueblo de Andaluz (conhecidos também como El Pueblo Tartésico), Los Gitanos , Los Árabes, Judeus e também Indianos

Quanto ao nome Flamengo, são muitos os sinificados estudados, como por exemplo, a palavra relacionada aos Flamengos, povo cigano que saíram de Flandres e foram para Espanha; ou então do Árabe Felag Mengu, que significa camponeses nômades, mas o que importa é que o Flamenco existe, e como diz Garcia Lorca, é uma das maiores invenções do povo espanhol!
------------------------------------
Para quem quer ver Carmen Amaya:

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Para você: Pressa

Minha amiga pressa, em quantas ocasiões me deparei contigo nessa vida? por quantos momentos estive com você, e fiz tudo errado por ti? Quantas vezes te vi com outras pessoas e raiva senti?

Mas um dia alguém afirmou que teríamos que nos separar, calma pressa, seria só por alguns minutos.
-Temos que andar numa velocidade reduzida, para observarmos São Paulo. Disse o professor antes de saírmos em busca do tema da crônica . Pensei: - Será possível? Como caminharíamos sem você?

Então percebi que tu não é tão amiga assim, é um vício, que atormenta todos e pensei então como não nos contaminaríamos com o mal do século? Sim Pressa, tu és um mal, e muito comum na atualidade, pois tudo ao redor está acelerado.

A começar pelo elevador; fui empurrada para fora, quem disse que eu queria sair? Fui obrigada a descer do mesmo, num movimento involuntário guiado por terceiros, devido a você. No final da caminhada todos queriam voltar logo, pois outra aula começaria no horário marcado, então todos já estavam contigo novamente.Era a síndrome da aceleração do mundo moderno, tu minha cara.

No caminho (da ida, não da volta, pois não quero me preocupar com a cronologia da crônica) reparei que pouquissímos eram os carros que davam passagem aos outros, e quando um tentava, outros buzinavam. Semáfaros para pedestres existem para quê? Não sei. Só nós, ou melhor, só alguns de nós (pois fomos induzidos a te deixar de lado) paravámos, os outros nem sequer olhavam se estava verde ou vermelho.

Mas aonde todos querem chegar? Não importa, o que importa é que tem que ser logo. Quer ir a algum lugar? Pegue o carro, é mais veloz. Quer viajar? Vá de avião, chegará mais rápido. Quer subir três andares? Elevador, mais depressa. Quer ligar algo? Controle remoto, não perca tempo em levantar de onde está.

O mundo mecanizado, que deveria nos dar tempo de sobra, faz com sempre estejamos correndo contra ele. Renato Russo dizia “não temos tempo a perder”. Será? Ou tentando não perdê–lo é que acabamos ficando sem? Ninguém sabe.
Todos precisariam de tempo para pensar. Sei que não terão este tempo, pois você sim não perde tempo, está sempre com todos em todos os lugares.

Mas agora preciso finalizar esta crônica, pois tenho prazo de entrega e ainda sou apenas mais uma escrava do tempo (mas um dia me libertarei), assim como o mundo.Pressa, sinto muito, mas percebi que tenho que tentar me separar de você por mais tempo que pensei, não mais somente por alguns minutos, esse dia há de chegar e esperarei sem você, será muito complicado, mas percebi que você me faz perder as melhores coisas da vida, devia ter ouvido minha vó, quando me disse aquele velho ditado, que apressado come crú, pois é assim que estamos degustando a vida, crua.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Paisagem da Janela


"Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal


Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou"
(Eu gosto muito dessa música cantado por Lô Borges ou Beto Guedes)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Masp: Visitação gratuita

“Há dois caminhos de não gostar da arte: um é somente não gostar e outro é gostar racionalmente.” (Oscar Wilde).

Então gostemos por inteiro desse feito tão grandioso, chamado Arte. Muitos acham somente uma forma de entretenimento, mas Arte é muito mais que isso, Arte é também cultura.

Hoje o Masp completa 39 anos de sua abertura ao público na Avenida Paulista, e para comemorar, hoje a visitação é gratuita, das 11 às 18 horas.

Sobre a Bienal.

20 de outubro de 1951, Avenida Paulista fervorosa, manifestantes em frente ao prédio Trianon, no qual atualmente é o Masp, se rebelavam contra o que chamavam de manobra imperialista, do lado de dentro, ocorria a festa de abertura da Bienal de São Paulo.

Idealizado por Francisco Matarazzo Sobrinho, conhecido como Ciccillo Matarazzo, e sua esposa Yolanda Penteado, o Pavilhão adaptado (projetado pelos arquitetos Luís Saia e Eduardo Kneese de Mello) recebeu 1.854 obras representando 23 países, ou seja, cultura e arte de diversos cantos para se conhecer.

Em um cenário pós-guerra, todos queriam abrir novos horizontes tanto econômicos quanto políticos, intelectuais e artísticos, a cidade de São Paulo estava com um cenário favorável ao seu desenvolvimento econômico e industrial sustentado pela indústria e as organizações da imprensa, nada mais propicio do que se criar algo cultural, como a Bienal.

Mas como todo grande feito tem quem seja a favor e contra, houve muitas pessoas que se manifestaram, pois achavam que os prêmios oferecidos por empresas americanas eram somente para expandir sua ideológica. Mas tinha também quem fosse a favor, esses defendiam que a Bienal traria a liberdade de expressão.

São Paulo tinha fundado dois grandes museus, Museu de Arte de São Paulo (MASP) e Museu de Arte Moderna (MAM) no final dos anos 40, mas até então não havia um evento tão grandioso quanto a Bienal.

Porém, apesar dos esforços dos artistas da semana de 22 em inserir as correntes da Vanguarda Internacional no Brasil, isso se deu por completo com a primeira Bienal de São Paulo, influenciados pela arte concreta suíça, e podemos dizer hoje, que essas Vanguardas Brasileiras são heranças culturais esplendidas

Av. Paulista, 1578 - São Paulo - SP tel. (11) 3251.5644 / Fax. (11) 3284.0574

terça-feira, 1 de abril de 2008

Políticos acham que são heróis...




E ai que eles se enganam e tentam enganar o povo!




Nada melhor do que no dia da mentira, homenagear os maiores mentirosos que temos: os políticos!


domingo, 30 de março de 2008

sexta-feira, 28 de março de 2008

O olhar te cega!

Somos instintivamente adaptados e ensinados desde o nosso nascimento a entender a realidade humana por meio de um dos nossos cinco sentidos: o da visão. A arte de olhar.

Porém, poucas pessoas percebem que o mais importante é “invisível aos olhos” e que, na verdade, os olhos são poderosos enganadores e funcionam como um filtro para o nosso interior. A idéia que fazemos da realidade nos permite construir, sonhar e distorcer. O real constitui-se pela razão e pela emoção, não existe de fato um único conceito de realidade, mas sim um ponto em comum em todas as relações humanas.

É a partir daí que se pode citar o Ensaio sobre a cegueira de José Saramago. Um romance absolutamente profundo e sensível que nos faz parar para pensar se o que realmente enxergamos é ilusão, ou a mais dura realidade fruto de um caos social. O livro trata de uma súbita e inexplicável epidemia de cegueira que guia o leitor para uma desorganização e perda dos fatores básicos de civilização.
A realidade é aquilo que os nossos olhos captam e o nosso cérebro interpreta.

Não é possível acreditar na razão se os sentidos provarem o contrário. É o tal do “ver pra crer”. Mas e quando não é possível ver? De que são formadas as idéias? É aí que os outros demais sentidos vão além, ressalta-se o tato, o olfato, o paladar e a audição.

Em paralelo ao livro e como forma da mais original confirmação dessa realidade, utiliza-se o documentário Janela da Alma de João jardim e Walter Carvalho que relata, por meio de dezenove depoimentos de pessoas com diferentes graus de deficiência visual, maneiras de ver o outro e suas percepções de mundo. Pelo título do filme, nota-se que os diretores pensaram grande, já que aludiram à frase de Leonardo da Vinci: “O olho é a janela da alma, o espelho do mundo”.

-Talvez os cegos entendam mais de si e dos homens por serem os únicos obrigados a olhar apenas para dentro. É aí então que se encontra toda peculiaridade da realidade desconhecida por aqueles que enxergam, porque enxergar cega.

O documentário trata de um assunto abstrato sem barreiras de subdesenvolvimento ou qualquer questão social. Fala da cegueira física. Diversos casos, diferentes adaptações ao problema e distintas noções da realidade. A cegueira física de nascença provoca curiosidade. Como é possível construir uma realidade se nunca se enxergou para se ter um parâmetro de como ela é? E as cores, texturas e formas? Como são se nunca foram?

A concepção de cegueira é relativa, pois muitos que enxergam na verdade nada vêem. É este o conceito trabalhado por Saramago - uma humanidade constituída pelos que são obrigados a confiar um nos outros quando o principal sentido físico os deixam, a visão.

Será mesmo preciso perdermos o espelho da alma para que enxerguemos o que esta ao nosso redor? A esperança tem de ficar por conta da janela da alma que sobrepõe o sentir e o reparar ao mero olhar.

sábado, 22 de março de 2008

2 anos de língua portuguesa!

[...] Quando cheguei em São Paulo, em 1949, pela primeira vez,
aos seis anos de idade com minha mãe, na Estação da Luz,
Contei os bondes que passavam ininterruptos pela praça em frente e fiquei, menino,
Admirado com a quantidade dos que circulavam abertos, com passageiros,
o cobrador no estribo,
Dos que fechados, Camarões chamados,
continham formas mais compostas,
indistintas e distantes formas guardadas na proximidade de fatos e acontecimentos passados [...]


Poesia de Antonio Cícero publicada no livro “A Cidade e os Livros”, fala de um menino que vem de Ribeirão Preto pela primeira vez a São Paulo e como acontecia com os imigrantes que vinham de trem proveniente do Porto de Santos, o local onde primeiro se pisava era a Estação da Luz.

Estação essa que poderia ser chamada de estação de misturas de línguas, já que lá havia o encontro de imigrantes e nativos trazendo miscigenação dos sotaques, mistura essa que era e continua sendo intensa, pois atualmente a “Luz” recebe sotaques de todas as regiões do país. Não haveria melhor lugar para se implantar o Museu da Língua Portuguesa.

Situado na parte superior da plataforma da “Luz”, prédio inaugurado em 1901 pelos ingleses para levar a produção das lavouras do interior ao porto no período do ciclo do café - funcionava como escritório da companhia férrea, o museu vem cumprir um papel fundamental na cultura do povo, tanto no Brasil quanto em outros lugares onde o português está presente.

A mensagem contida no museu é que essa língua portuguesa que unifica um país do tamanho do Brasil é a forma de expressão de uma cultura rica e diversa que carrega consigo uma mensagem singular em meio ás nações.

Iniciativas como do Museu da Língua Portuguesa enaltece a cultura nacional. Pois as carências do país nesse campo são: falta de conhecimento das pessoas em relação à própria linguagem do país, das obras clássicas produzidas por autores como Guimarães Rosa, dos valores da nossa cultura e da civilização que criamos, e a partir desses conhecimentos podemos ter uma identidade brasileira, impedindo que outros povos e culturas que se sentem superiores interfiram em nossa identidade.

Isso faz com que o povo veja qual o valor da nossa cultura e não se deixe levar pela cultura de terceiros, acreditando no próprio povo brasileiro, e vendo que com essa crença é possível fazer maravilhas.

Em um jogo sensorial mágico, o projeto mostra a antiguidade da língua portuguesa, sua universalidade e mestiçagem de uma forma única, que nunca se viu até então, sendo pioneira na arte de mostrar essa linda língua de uma forma didática, clara e ao mesmo tempo prazerosa e interessante.

Considerado um ponto de encontro entre a língua, literatura e história, o Museu tem uma tecnologia de última geração para distribuir cultura de um modo especial, é a tecnologia usada em pró da cultura, valorizando nossa língua, que é uma das mais faladas no mundo.

Muitos ao ouvir sobre o museu, pensam ser este um lugar tedioso por falar da língua portuguesa, mas ao visitar este lugar dinâmico e interativo vêem que é o contrário, pois o local trata da base da cultura brasileira- língua portuguesa- de maneira sensorial e subjetiva, deixando o passeio suave e cativante.

Português, uma língua tão rica. Esse local nos faz refletir sobre essa riqueza, nos faz conhecer aspectos da nossa cultura embutidos na língua que vemos, falamos e escrevemos, mas que não sabemos e nunca percebemos que há, pois são aspectos ocultos.

A obra é uma realização do Governo do Estado de São Paulo e a Fundação Roberto Marinho, com parcerias de outras empresas e tem como alvo a população brasileira de todas as regiões e faixas sociais.

Uma iniciativa do Estado muito apropriada que dá acesso a informações tão preciosas contidas no museu.

Outra grande preocupação do museu é a de gerar produtos educacionais, como monitorias para escolas e oficinas de capacitação de professores, pois o museu ensina muita coisa, tanto aos alunos quanto aos professores, e esse local pode ser utilizado como fonte de educação diferenciada pelas escolas.

Uma viagem por poesias, poemas e textos que começam no térreo com a Árvore da Língua, que tem suas raízes formadas por palavras e sua folhas por contornos de objetos, possuindo ainda uma espécie de mantra que trabalha com as palavras "língua"e "palavra" em vários idiomas.
Esperamos que depois de uma iniciativa como essa, a língua portuguesa jamais seja esquecida, e que possamos reverter o quadro citado em uma poesia de Olavo Bilac, chamada Língua Portuguesa, que utiliza os termos inculta, desconhecida e obscura referindo-se a nossa língua portuguesa; fazendo com que essa seja entendida e conhecida, não mais obscura e desconhecida, pois a última flor é a língua portuguesa, considerada a última das filhas do latim, a qual não podemos deixar ser esquecida, pois é bela.


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
[...]


Devemos sim tratar a nossa língua como nos versos de Waldin de Lima em Soneto á Língua Portuguesa, como um glorioso e formoso idioma.


Havia luz pela amplidão suspensa
no azul do céu, vergéis e coqueirais...
e o Lácio, com fulgores divinais,
abrigava de uma virgem a presença...

Era um castelo de ouro, amor e crença,
que igual não houve, nem haverá jamais...
Onde os poetas encontraram ideais
na poesia nova, n'alegria imensa...

A virgem era a Língua portuguesa,
a mais formosa e divinal princesa,
vivendo nos vergéis de suave aroma!

Donzela meiga que, deixando o Lácio,
abandona os umbrais do seu palácio,
para ser de um povo o glorioso idioma!
[...]

Através do conhecimento de nossa língua - base cultural do nosso povo, podemos fazer melhorias ao nosso país, portanto devemos aplaudir um projeto tão grandioso e espetacular como o Museu da Língua Portuguesa. E esperarmos que o povo de o valor merecido ao local.


Minha homenagem ao segundo ano do museu da Língua Portuguesa!