“O que não me faltam
são ideias, minha mente ferve. O que tem faltado mesmo é o tempo para executar
tudo que quero”. Não é à toa que Israel Macedo, artista plástico, conta com
prêmios como o da 8ª Bienal Internacional de Arte de Roma. Com a mente
borbulhando criatividade, o brasileiro brinca com a imaginação e esculpe peças genuinamente
belas.
O artista já foi
premiado no Salão de La Société Nationale Dês Beaux-Arts Du Louvre, na
categoria especial; e homenageado como artista do ano no Prêmio Super Cap de
Ouro 2010.
Vida
Israel conta que sempre
gostou de arte: “sempre fui apaixonado. Quando criança participei de muitos
cursos, como desenho artístico, desenho de moda, pintura a óleo, pintura com
lápis de cor, etc. Foram muitos os cursos”.
Ele conta que nesta
época ele não sabia que trabalhar com artes poderia trazer sucesso, pois no
colégio o êxito era relacionado a carreiras como as de engenheiro, advogado e
outras. “Nunca me disseram nada sobre arte e acredito que para muitos era
somente algo para se fazer nas horas vagas”.
Ainda sim, fez cursos
em centros culturais próximos a Mogi das cruzes, cidade natal do artista. Quem
o influenciava e o inscrevia era sua mãe. Muitos foram no Centro de Educação e Cultura Francisco
Carlos Moriconi, em Suzano.
Mas Israel começou em
uma carreira distinta da atual, trabalhou por muitos anos com tecnologia da
informação e marketing. Mudou-se para São Paulo, e foi então que sua vida começou
a seguir um novo rumo. “Conheci algumas pessoas que gostavam de arte e
acompanhavam leilões. Comecei a frequentar estes, assim como os museus da
cidade. Motivado por esta possibilidade nova, voltei a pintar, e logo busquei
um curso de escultura, algo que nunca havia feito, mas que sempre tive
curiosidade”.
Fez aulas com uma
escultora retratista, a qual na primeira aula já reconheceu o talento de
Israel, e que, como ele mesmo conta, disse que naquele mato havia coelho. E
Havia.
O artista lembra que
escultura foi paixão à primeira vista, “quando comecei a trabalhar com a
argila, foi como se eu já dominasse aquilo, e até hoje, quando sento na frente
do torno para trabalhar eu me desligo de tudo”.
Atualmente Israel possui
um atelier na Vila Nova Conceição, em São Paulo, onde realiza suas esculturas.
Inspirações
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O Bipolar |
Como artistas que o
inspiram ele cita Botero (formas simples e bastante objetivas), Salvador Dalí
(abuso da criatividade), Adriana Varejão (trabalhos com azulejos e vísceras), Damien
Hirst (seus trabalhos espelhados com asas de borboletas), Gerhard Richeer
(versatilidade), Picasso (construção e desconstrução) e Camille Claudel (expressividade).
Obras
Israel possui três
séries, as quais você pode conferir no
site: Maçãs, Híbridos e Cactos (sobre a qual você poderá ler mais em uma
próxima postagem).
Ao ser questionado
sobre o porquê da utilização de maçãs, ele explica: “comecei a criar as maçãs
por acaso, por uma brincadeira. Foi uma forma de representar algo que eu sentia
no momento. Logo descobri por coincidência que o significado do meu sobrenome,
Macedo, é o lugar onde nascem as maçãs. As maçãs são para mim a forma de me
representar abstraidamente”.
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É só uma lembrancinha... |
Perguntei se havia
alguma favorita, ele respondeu que gosta de todas, pois remetem a boas
lembranças de sua vida, mas que sempre há uma favorita, e logo emendou a seguinte
frase: “Eu adoro a ‘É só uma lembrancinha...’, uma escultura que fiz para minha
avó. Minha origem é bem humilde e toda vez que minha vó me dava algum presente,
ela me dizia ‘é só uma lembrancinha’. Quando somos pequenos não entendemos o
verdadeiro valor destes presentes, o que vale não é o presente, mas o carinho,
o amor ali demonstrado”.
Com a mente cheia de
ideias, Israel conta que está desenvolvendo uma linha de produtos: “estou
pesquisando e estudando materiais alternativos. Sempre quis fazer algo com
materiais reciclados e acho que uma nova série dos meus trabalhos pode partir
daí”.
A partir do dia 10 de
outubro podemos conferir sua nova exposição: Sob Olhares, no Hotel Tivoli São Paulo – Mofarrej – localizado na Alameda
Santos, 1437.
Um comentário:
Realmente o artista tem um olhar diferenciado em conceitos de luz e volume.
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