sexta-feira, 11 de abril de 2008

Para você: Pressa

Minha amiga pressa, em quantas ocasiões me deparei contigo nessa vida? por quantos momentos estive com você, e fiz tudo errado por ti? Quantas vezes te vi com outras pessoas e raiva senti?

Mas um dia alguém afirmou que teríamos que nos separar, calma pressa, seria só por alguns minutos.
-Temos que andar numa velocidade reduzida, para observarmos São Paulo. Disse o professor antes de saírmos em busca do tema da crônica . Pensei: - Será possível? Como caminharíamos sem você?

Então percebi que tu não é tão amiga assim, é um vício, que atormenta todos e pensei então como não nos contaminaríamos com o mal do século? Sim Pressa, tu és um mal, e muito comum na atualidade, pois tudo ao redor está acelerado.

A começar pelo elevador; fui empurrada para fora, quem disse que eu queria sair? Fui obrigada a descer do mesmo, num movimento involuntário guiado por terceiros, devido a você. No final da caminhada todos queriam voltar logo, pois outra aula começaria no horário marcado, então todos já estavam contigo novamente.Era a síndrome da aceleração do mundo moderno, tu minha cara.

No caminho (da ida, não da volta, pois não quero me preocupar com a cronologia da crônica) reparei que pouquissímos eram os carros que davam passagem aos outros, e quando um tentava, outros buzinavam. Semáfaros para pedestres existem para quê? Não sei. Só nós, ou melhor, só alguns de nós (pois fomos induzidos a te deixar de lado) paravámos, os outros nem sequer olhavam se estava verde ou vermelho.

Mas aonde todos querem chegar? Não importa, o que importa é que tem que ser logo. Quer ir a algum lugar? Pegue o carro, é mais veloz. Quer viajar? Vá de avião, chegará mais rápido. Quer subir três andares? Elevador, mais depressa. Quer ligar algo? Controle remoto, não perca tempo em levantar de onde está.

O mundo mecanizado, que deveria nos dar tempo de sobra, faz com sempre estejamos correndo contra ele. Renato Russo dizia “não temos tempo a perder”. Será? Ou tentando não perdê–lo é que acabamos ficando sem? Ninguém sabe.
Todos precisariam de tempo para pensar. Sei que não terão este tempo, pois você sim não perde tempo, está sempre com todos em todos os lugares.

Mas agora preciso finalizar esta crônica, pois tenho prazo de entrega e ainda sou apenas mais uma escrava do tempo (mas um dia me libertarei), assim como o mundo.Pressa, sinto muito, mas percebi que tenho que tentar me separar de você por mais tempo que pensei, não mais somente por alguns minutos, esse dia há de chegar e esperarei sem você, será muito complicado, mas percebi que você me faz perder as melhores coisas da vida, devia ter ouvido minha vó, quando me disse aquele velho ditado, que apressado come crú, pois é assim que estamos degustando a vida, crua.

8 comentários:

Anônimo disse...

Adoreiiiii!
Muito bom esse texto!
Mas é isso, vamos vivendo com esse vício, a má companhia, a pressa!
Agora tenho que ir, pois a dita cuja está aqui comigo agora, e tenho que voltar a trabalhar!
bjão

Anônimo disse...

Ser incabível!!
Nítidos sua sensibilidade e vocação para os textos...

excelentes!!

Estaríamos diante da próxima Tati Bernardi? Ou um Xico Sá? hahaha

adoooro!!
bjos
Maricota

Anônimo disse...

PODERIA ME INFORMAR O AUTOR OU AUTORA DESTE TEXTO?
Realmente é uma grande verdade,e mesmo sem precisar ,estamos tão viciados com a nossa amiga pressa,que as vezes paro e me pergunto ,porque estou com pressa?
AMEI ESSE TEXTO

BJ

SAN

Carolina Pera disse...

Há há há... como assim? O texto é meu!!

Obrigada pelos cometários!!

Anônimo disse...

Bem rapidinho,
tá ótimo,tchau,fui,não dá comentar mais, estou tentando fugir dela.......
um beijão.

Eu sou... disse...

Carolzita!!!

O texto está ÓTIMO!!!
Agora tbm tenho o meu blog, depois entra lá...
http://sorrisosesuspiros.blogspot.com/

beijos =)

Cristina Caetano disse...

Muuuuuito bom! E tenho que te confessar um dedinho de culpa, porque além de ter pressa, atropelo tudo fazendo mil coisas ao mesmo tempo pra que ele renda mais hehe

Obrigada pela visita e deixa-me ir porque quero olhar o resto do teu blog rsrsrs

Beijinhos

Pâmela disse...

O texto não se contém nas linhas. Nos faz pensar, viajar...infelizmente, com a companhia da pressa. Sua sensibilidade para a escrita me fez ver o quanto já perdi por ter essa companheira ingrata atada a mim, e o quanto posso ganhar a partir de agora. Identificar o erro é o primeiro passo para mudar. Beijão